Nem pense em me matar Suelen Aires Gonçalves
Socióloga e professora universitáriastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
Nossa coluna da semana apresenta um tema estratégico e urgente para o debate público em nossa sociedade. Estaremos tratando do lançamento da campanha do "Levante Feminista contra os Feminicídios" que será lançado hoje em todo país. A iniciativa tem como objetivo conscientizar a população do grave crime contra a vida das mulheres e construir ações e transformações para com essa triste realidade. Temos como foco a campanha #NemPenseEmMeMatar, que terá duração de ação nos próximos anos, discutindo a temática e buscando articulações da sociedade civil para com o enfrentamento dos crimes de feminicídio em território nacional.
Neste dia de lançamento, trarei para nossa reflexão, alguns fragmentos da carta Manifesto lançada hoje. E, nas próximas edições, vamos trabalhar os demais eixos de ação para que a população santa mariense e região tenham a oportunidade de conhecer o "Levante Feminista contra os Feminicídios" bem como, possa pensar a articular ações no enfrentamento à violência letal contra mulheres. "Nós, mulheres feministas brasileiras, negras, indígenas, pardas, brancas, quilombolas, periféricas, convivendo com deficiências, lésbicas, bissexuais, cis e trans, das cidades, do campo, das águas e das florestas, nós, mulheres mães, parteiras tradicionais, trabalhadoras precarizadas, hiperexploradas e desempregadas, nos levantamos, em um ato de revolta, contra o feminicídio no Brasil e exigimos seu fim".
A luta contra os assassinatos de mulheres não é recente, porém, os crimes estão tomando maiores proporções desde 2016, com o fim das políticas públicas para as Mulheres a nível de governo federal, com a extinção da SPM (Secretaria de Políticas para as Mulheres e com o avanço da cultura do ódio às mulheres, a prática do feminicídio criada pelo patriarcado nunca esteve tão ostensiva e extremista. Estamos diante de um cenário com índices assustadores. Somente no primeiro semestre de 2020 foram mortas 648 mulheres brasileiras, a maioria negras e vivendo em duríssima desigualdade social.
Os feminicidas são homens que não admitem a autonomia, a igualdade e a liberdade das mulheres. Reproduzem a violência física, psicológica, moral, sexual e patrimonial contra mulheres e seus filhos até o extremo, que é o ato do feminicídio.A articulação do "Levante Feminista contra os Feminicídios" tem como objetivo o fim da violência promovida pela cultura feminicida patriarcal, racista e capacitista.
#NemPenseEmMeMatar
#NemPenseEmNosMatar #QuemMataUmaMulherMataaHumanidadeO silêncio da noite Silvana Maldaner
Editora de revistastyle="width: 25%; float: right;" data-filename="retriever">
Gostaria muito de falar da alegria, da motivação, do espírito em ver as coisas positivas e na grande transformação que a Terra está passando. Gostaria de falar da fé, da união, da solidariedade e também das pessoas angustiadas e dilaceradas pela dor e pela saudade dos entes queridos.
Não conheço ninguém que não esteja sofrendo, ou pelo amor ou pela dor.
A tristeza invadiu nossos corações, endurecendo, amortecendo e a cada paulada nos silenciamos. Não há mais nada para falar. O que de pior pode acontecer? Sim, sempre pode piorar.
A nova batalha agora são contra as novas cepas do vírus, com alterações e reações diferentes de cada organismo, a estafa da equipe médica que nunca parou e a busca incessante de abrir novos leitos, adquirir mais respiradores e aumentar a estrutura hospitalar.
Quero tentar ver algo positivo. Quero manter minha mania de ver uma luz no fim do túnel.
Quero acreditar que, até julho, a grande maioria das pessoas esteja vacinada e que Santa Maria vai resgatar seu posto de referência em saúde em excelência médica hospitalar. A união de todas as instituições hospitalares em conjunto com toda equipe médica multiprofissional nos apresentou guerreiros imbatíveis.
Quero parabenizar aos trabalhadores que nunca desistiram. Obrigada aos padeiros, aos caixas de mercado, aos frentistas, aos farmacêuticos, enfermeiros, faxineiros, bombeiros, policiais, pedreiros, camioneiros, tele motos, motoristas e cobradores, cozinheiros, garis e tantos outros profissionais honrados que seguem trabalhando para servir as necessidades básicas da população.
Por outro lado, minha solidariedade aos trabalhadores que estão sendo demitidos e pelas empresas que são fechadas todos os dias, pois o governo as impede de abrir, mesmo com todos os protocolos de segurança e higiene. Este mesmo governo, que dividiu a população entre essencial e não essencial, utiliza de todo aparato fiscalizatório para multar e punir quem não respeitar as regras e os horários permitidos, não diminuindo a cobrança de impostos.
Por fim, meu profundo sentimento ao judiciário, que tem apresentado à sociedade alguns juízes militantes e que não poderiam jamais decidir a vida de milhares de famílias, proibindo e negando o seu sustento em nome de uma ideologia partidária.
Nesta pandemia, o bom senso e a empatia de quem decide a vida dos outros parece que foi contaminada. A imoralidade foi aflorada.
Parece que o pesadelo da Covid-19 é pouco frente a muitas atrocidades que vimos nestes últimos dias, na surdina da noite.